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Mais perto, Ancelotti tem perfil ideal para reconstruir seleção, dizem europeus



LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – O momento crítico da seleção brasileira, em baixa das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, vindo de fracassos doloridos nos Mundiais mais recentes e sem comando desde a demissão de Dorival Júnior, exige a contratação de um técnico experiente, capaz de implementar sua metodologia com rapidez, além de ser respeitado pelos jogadores e pelos adversários.

Na Europa, esse perfil é especialmente atribuído ao italiano Carlo Ancelotti, há algum tempo cobiçado por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e agora cada vez mais perto de ficar livre no mercado.

Treinador do Real Madrid desde 2021, com contrato até 2026, Ancelotti deve encerrar seu vínculo com o clube espanhol nas próximas semanas, pressionado pelos fracassos acumulados nesta temporada. Após a queda nas quartas de final da Champions League, diante do Arsenal, o elenco comandado por ele sofreu um duro golpe no último sábado (26), quando perdeu a final da Copa do Rei para o Barcelona.

Depois de virar a partida no tempo normal, a equipe madrilenha cedeu o empate, 2 a 2, nos minutos finais e acabou superada na prorrogação, quando o time catalão ficou com o título ao fechar a conta em 3 a 2.

Um dos espectadores da partida disputada no estádio La Cartuja, em Sevilha, era o empresário brasileiro Diego Fernandes, encarregado pela CBF de negociar com o técnico italiano. Fernandes também assistira, dez dias atrás, à partida em que o Real Madrid foi eliminado da Champions.

De acordo com o jornal espanhol El País, Fernandes jantou na casa de Ancelotti depois da derrota para os ingleses, em mais um indício de que o acerto pode estar próximo. O técnico italiano gosta de negociar pessoalmente seus contratos.

Ainda que tenha chances de tirar do arquirrival o título do Campeonato Espanhol -a cinco rodadas do fim, quatro pontos separam os dois times- a saída de Ancelotti do Real Madrid no final da temporada é dada como certa pelo jornal The New York Times. No fim de semana, o veículo informou que o treinador já teria avisado os jogadores do elenco sobre sua despedida e está em conversas avançadas com a CBF.

Apesar de o casamento com o clube caminhar para o fim, o italiano deve sair em alta da equipe, exaltado pelos títulos que fazem dele o mais vencedor da história do Real, incluindo a conquista de três Champions League. Sua capacidade de formar elencos vencedores é um de seus principais méritos.

“Ele dispõe as peças de jogo como um enxadrista, criando times sólidos na defesa e criativos no ataque. Além disso, sabe fazer substituições ao longo do jogo e lida bem com egos”, descreve António Veloso, da Universidade Lisboa, um dos criadores da pós-graduação internacional High Performance Football Coaching e um dos líderes do movimento acadêmico que fez com que Portugal exportasse técnicos de ponta para o mundo inteiro, incluindo o Brasil.

Para o pesquisador, o italiano reúne as características que a seleção brasileira mais precisa nesse momento. “Um treinador com um modelo de jogo muito definido, que leve tempo para implantá-lo, não seria adequado. Tem de ser alguém versátil, para dar resultados rápidos, e com estatuto, para ser respeitado pelos jogadores”, diz o português

Ancelotti se considera discípulo do italiano Arrigo Sacchi, que ajustava suas linhas defensivas de forma milimétrica, treinando os jogadores sem a bola, como bailarinos numa coreografia. Com isso, deixava os atacantes livres para criar -Mbappé e Vinícius Júnior no Real Madrid atual de certa forma reproduzem Gullit e Van Basten no Milan dos anos 1990.

Além de recordista de títulos na Champions League, Ancelotti foi o único técnico a conquistar as cinco principais ligas europeias. Foi campeão na Inglaterra, na Espanha, na Alemanha, na Itália e na França.

Para António Veloso, o histórico o treinador italiano evitaria um problema comum aos três técnicos que passaram pela seleção brasileira no atual ciclo, Ramón Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior. Jogadores como Vinícius Júnior, Raphinha, Alisson ou Rodrygo têm mais experiência do que eles na elite do futebol, que engloba a Champions League e os principais campeonatos europeus.

“Para ser respeitados, os treinadores não podem estar furos abaixo dos jogadores que dirigem”, diz Veloso. “O Real Madrid tem craques milionários, mas todos chamam o vitorioso Ancelotti de ‘Don Carlo'”.

Não é por acaso, portanto, que a CBF tem insistido tanto em sua contratação. No ano passado, ele chegou a ser dado como nome certo no comando da seleção, mas acabou preferindo renovar seu contrato com o Real Madrid até 2026.

Na época, estava no auge, com campanhas brilhantes no Campeonato Espanhol e na Champions League -acabara por abocanhar as duas taças. Agora, o momento é diferente e a CBF se vê mais otimista.

O português Jorge Jesus, apontado como favorito para assumir a seleção brasileira semanas atrás, tornou-se agora a segunda opção. Embora não tenha um currículo comparável ao de Ancelotti, levou o Benfica a duas finais da Liga Europa, o segundo maior torneio de clubes do continente, além de conquistar uma Libertadores e um campeonato brasileiro pelo Flamengo. Na conjuntura atual, no entanto, ele só ocupará o banco de reservas da seleção brasileira na próxima Copa de Ancelotti recusar o cargo.



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